14.7.09

Mitos e verdades: espinafre

A verdura de cor verde profundo ganhou fama após ser adotada como alimento fortificante do marinheiro Popeye. Mas será que ele tem tanta concentração de ferro a ponto de acelerar o desenvolvimento de músculos?

A nutricionista Patrícia Tomita Fan, de São Paulo, responde às dúvidas mais comuns sobre esta verdura e outras questões.

O espinafre é mesmo rico em ferro.

VERDADE. As verduras de coloração verde escura têm maiores concentrações desse nutriente, assim como folato, vitaminas do complexo B, vitamina A e cálcio.

Esse tipo de nutriente é bem absorvido pelo organismo.

DEPENDE. A exemplo de outros produtos de origem vegetal, tem assimilação menor em relação ao ferro disponível em itens de origem animal, como a carne bovina. Também é preciso considerar outros fatores que influenciam na sua absorção, como as características individuais (sexo, idade, condição de saúde), a forma de preparo, a quantidade e a interação com outros nutrientes.

Deve ser evitado por pessoas que sofrem de cálculos renais, gota, artrite e reumatismo.

MITO. A verdura é abundante em oxalato na forma crua. Seu cozimento, porém, é capaz de reduzir significativamente os teores da substância. Por isso, pode ser consumido com moderação. Outros fatores têm maior influência nessas doenças.

Para os problemas de cálculos, por exemplo, recomenda-se reduzir o sal, moderar a ingestão de carnes e de álcool e manter o consumo adequado de cálcio. Já nos males reumáticos (gota, artrite e reumatismo), a restrição às fontes de oxalato não é conclusiva, assim o consumo do espinafre é liberado, de preferência cozido.

Age como purificador do sangue, auxiliando na multiplicação dos glóbulos vermelhos.

MITO. Ele não promove efeito de "purificação". Na verdade, fornece um nutriente necessário para formar hemoglobinas, que são proteínas que transportam oxigênio pelo organismo. Mas, vale lembrar, tudo depende da quantidade ingerida, da necessidade e de outros fatores que interferem na sua absorção.

Serve para aumentar os músculos.

MITO. O espinafre faz parte de um grupo de alimentos importantes para uma alimentação equilibrada. Isso porque fornece minerais e vitaminas necessárias para um bom desempenho físico.

No combate à febre, sugere-se triturar suas folhas até fazer uma pasta, envolver num tecido fino e aplicar na cabeça.

MITO. “Desconheço esta informação. Provavelmente é uma prática popular sem comprovação científica de sua eficácia para esta condição”, esclarece a nutricionista.

É preferível ingeri-lo cru e muito fresco, em saladas ou sanduíches.

DEPENDE. Se for consumido sozinho, na forma de salada e nos lanches simples, é uma ótima opção, pois tem abundância em muitos outros nutrientes essenciais. Se a opção for como acompanhamento em refeições maiores (almoço e jantar), recomenda-se comer o espinafre cozido (o que já é uma prática da população brasileira), para não haver interferência na absorção de outros nutrientes presentes nestas refeições.

Se cozido, deve ser consumido imediatamente, senão tornar-se tóxico por causa da produção de nitritos.

MITO. No preparo de qualquer alimento é preciso controlar a higiene. O que ocorre nesse caso é contaminação por bactérias que transformam o nitrato presente no espinafre (e em outros alimentos também) em nitrito, que é uma forma tóxica.

Na preparação da verdura, evite recipientes de alumínio. Não reaqueça.

MITO. Utensílios de baixa qualidade feitos com esse elemento metálico podem proporcionar sua migração para os alimentos. É possível que o excedente traga danos à saúde, como a ocorrência de doenças neuro-degenerativas.

Os acessórios de inox têm níquel na composição. Embora sua transferência seja pequena, pessoas sensíveis à substância devem evitar o preparo em recipientes feitos com o material. Dê preferência ao uso de panelas de vidro e ferro. Vale lembrar que o reaquecimento ocasiona maior perda dos nutrientes, pois o alimento já foi cozido antes.

Fonte: iG Gourmet

Nenhum comentário:

Postar um comentário